Cama forrada, roupas bem lavadas,
Pertences em seus devidos lugares.
Noites bem dormidas, família estável,
Sorrisos para serem sorridos.
Se tudo está em devida ordem,
A paz passa a negociar com a desordem.
E se algo sai de seu lugar programado,
O tormento passa a encalçar os desesperados.
Olhe bem os meus olhos e perceba
Que há um desesperado à sua frente.
Olhe bem para o estado do mundo e perceba
Que estamos perdendo algo importante.
Pois enquanto o caos final toma forma para aniquilar,
Você só insiste em apontar minha incompetência,
Ignorando todo o sofrimento advindo de nosso ludibriamento.
E uma vez que nossas promessas saíram de seus devidos lugares,
O tormento, obstante, embarcou em nossas sombras pesadas.
Ninguém se salvará.
Cabelo cortado, barba aparada,
Cabeça externa em perfeito estado.
Músculos fortificados, ossos calcificados,
Porém um coração em batidas obscuras.
Se o mundo se encontra em equilíbrio,
Uma bala de canhão basta para desorganizá-lo.
E se o mundo atrasar por um segundo,
Todos nós sucumbiremos diante de um Sol furioso.
E neste cenário de fenômenos desastrosos,
Nós nos agarramos a princípios justificáveis, mas injustos;
Camuflando a verdade sob contextos controversos.
E lá vou eu sofrer debaixo de cobertores limpos,
Enquanto o tormento arranca-me os fios deste cabelo bem tratado.
Um por um. Um por um.
Promessa por promessa.
Nós estamos vivendo devidamente?
"Todos se salvarão."
Mentira.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
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