sexta-feira, 31 de maio de 2013
ESCURICISMO
inquebráveis camadas de concreto
cobrem nossos corpos nus
a nossa inocência foi roubada,
a liberdade nos foi censurada
e a curiosidade foi substituída
pela seleção artificial
nós não somos o universo
nós somos células individuais
esperando o dia em que faremos sexo
esperando o dia em que nos masturbaremos
usando cédulas de 10 reais
então vamos nos horrorizar
com as mulheres que usam burca
enquanto vestimos nossas
medíocres roupas de homem
então vamos nos horrorizar
com os representantes da nação
responsáveis por administrar
nossa concessocracia
então vamos nos horrorizar
com o filho infeliz da vizinha
que não foi médico
não foi feliz
que horror essas
pobres mulheres sem liberdade no oriente médio
que horror esses
irresponsáveis políticos sugando as riquezas da nação
que horror aquele
filho da vizinha que não passou no vestibular
sim, o sofrível filho de aparecida foi:
pedaços de papel desperdiçados,
ligas metálicas desperdiçadas,
lições de moral desperdiçadas
foi, em suma, um fracasso
embora aprendera muito bem que
"clavículas, abdômen, o coração e a boca"
não pertencem a nós, bichos civilizados
incapazes de "furar o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio"
cobrem nossos corpos nus
a nossa inocência foi roubada,
a liberdade nos foi censurada
e a curiosidade foi substituída
pela seleção artificial
nós não somos o universo
nós somos células individuais
esperando o dia em que faremos sexo
esperando o dia em que nos masturbaremos
usando cédulas de 10 reais
então vamos nos horrorizar
com as mulheres que usam burca
enquanto vestimos nossas
medíocres roupas de homem
então vamos nos horrorizar
com os representantes da nação
responsáveis por administrar
nossa concessocracia
então vamos nos horrorizar
com o filho infeliz da vizinha
que não foi médico
não foi feliz
que horror essas
pobres mulheres sem liberdade no oriente médio
que horror esses
irresponsáveis políticos sugando as riquezas da nação
que horror aquele
filho da vizinha que não passou no vestibular
sim, o sofrível filho de aparecida foi:
pedaços de papel desperdiçados,
ligas metálicas desperdiçadas,
lições de moral desperdiçadas
foi, em suma, um fracasso
embora aprendera muito bem que
"clavículas, abdômen, o coração e a boca"
não pertencem a nós, bichos civilizados
incapazes de "furar o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio"
domingo, 10 de fevereiro de 2013
A trava
Já se passaram os tempos
Em que minha angústia era versificada
E às vezes quase bem metrificada.
Agora as palavras fogem de mim.
E a metrificação não passa de equações
As quais nunca, na vida, vi.
Sou consumido diariamente
Por uma dose de impaciência,
Por uma dose de conformismo
E por uma dose de burrice.
Sinto-me o cérebro se putrefazer
E meu único valor se desfazer
Em uma neblina reservada pra velhinhos.
Já troquei o verbo "andar" por "vagar".
Pois agora me sinto como uma alma perdida,
Deslocada de seus propósitos e aspirações.
Deslocada de suas reais qualidades.
Se esse é o começo do fim,
Então começo dando "adeus"
À prosa e à poesia.
E finalizo dando "boas-vindas"
À leitura e à agonia.
Em que minha angústia era versificada
E às vezes quase bem metrificada.
Agora as palavras fogem de mim.
E a metrificação não passa de equações
As quais nunca, na vida, vi.
Sou consumido diariamente
Por uma dose de impaciência,
Por uma dose de conformismo
E por uma dose de burrice.
Sinto-me o cérebro se putrefazer
E meu único valor se desfazer
Em uma neblina reservada pra velhinhos.
Já troquei o verbo "andar" por "vagar".
Pois agora me sinto como uma alma perdida,
Deslocada de seus propósitos e aspirações.
Deslocada de suas reais qualidades.
Se esse é o começo do fim,
Então começo dando "adeus"
À prosa e à poesia.
E finalizo dando "boas-vindas"
À leitura e à agonia.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Ritmo dos comportamentos
Profundos, dentro de sua cabeça,
Sentimentos embaralham circuitos
Imperfeitos em frente à discrença
Em que porá em prática os bons intuitos.
Por que tem estado tão temeroso
Em relação à valsa das desavenças?
Dever-se-ia o fato à perda de suas crenças
Na competência de um defeituoso?
Vejo que você já a dançou inúmeras vezes
E, como esperado, só a ruína alcançou,
Sem saber se o homem defeituoso consertou.
Você passou a se abstir dos rítmicos prazeres
E agora a pista de dança lhe traz arrepios
Pois, em sua cabeça, circulam ritmos vazios.
Sentimentos embaralham circuitos
Imperfeitos em frente à discrença
Em que porá em prática os bons intuitos.
Por que tem estado tão temeroso
Em relação à valsa das desavenças?
Dever-se-ia o fato à perda de suas crenças
Na competência de um defeituoso?
Vejo que você já a dançou inúmeras vezes
E, como esperado, só a ruína alcançou,
Sem saber se o homem defeituoso consertou.
Você passou a se abstir dos rítmicos prazeres
E agora a pista de dança lhe traz arrepios
Pois, em sua cabeça, circulam ritmos vazios.
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