No consultório de minha psicóloga,
Minha mente frenética ditava informações
Que minha boca não conseguia acompanhar.
"Por que você não quer viver?", ela perguntou.
"No mundo há coisas boas e ruins", respondi.
"É mais sábio evitar ambas, não?", continuei.
"Não tenho estômago suficiente para viver",
concluí.
"Como assim, você não tem estômago para viver?", perguntou.
"O mundo é insano, não queria ter nascido nele", respondi.
"E sobreviver neste mundo exige muito trabalho", continuei.
"Viver é um saco e não compensa o esforço",
concluí.
Se minha última resposta fosse um texto dissertativo,
Eu seria veemente criticado pelos gramáticos,
Pois não há coesão, não há eixo temático.
"E... Por que o mundo é insano?",
...
...
...
ela perguntou!
"Olha... bem... é que... hm... é porque...
...a nossa história se baseia em humanos...
querendo viver à custa de outros humanos, sabe,
só para obterem um conforto idealizado"
respondi...
"São muitas pessoas,
Querendo umas passar por cima das outras.
É uma corrida desenfreada por dinheiro"
continuei.
"É isso mesmo..."
ela concluiu no meu lugar.
Eu já disse que minha boca estava descompassada
Com toda a informação que minha mente mandava?
Ué? Você não acredita? Mas é verdade!
"Só por isso você quer morrer?", ela perguntou.
"Não. Sobreviver não compensa o esforço", respondi.
"Sobreviver dá trabalho e viver entre humanos é difícil", continuei.
"Por isso não é interessante estar aqui, nem faz diferença",
concluí.
"Sobreviver dá trabalho devido aos estudos?", ela perguntou.
"Precisamente. Não acho que valha a pena", respondi.
"Cansei de ter alguém gritando no meu ouvido: ENEM, ENEM", continuei.
"Eu queria ser atendente de supermercado",
CONCLUÍ.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
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